quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O fundamental é o instrutor.
Não se influencie pelo nome da escola, mas sim pelo currículo do instrutor. Não é a cor da camiseta que faz o bom jogador. O fato de escolas em diferentes cidades operarem sob o mesmo nome e usarem o mesmo livro não significa que sejam iguais muito menos que os instrutores sejam todos bons. O fundamental é o instrutor, não o nome da escola nem os materiais de ensino usados.

Linguagem é comportamento humano, e habilidade sobre uma língua depende de prática no convívio e no contato pessoal com pessoas que falam esta língua com naturalidade e desenvoltura. Plano didático, regras gramaticais, livros, fitas, videotapes ou CD-ROMs, podem constituir-se num complemento interessante mas pouco lhe ajudam a desenvolver a habilidade funcional de que você necessita.

O que é um bom instrutor?
Quando pensamos em aprender inglês, na grande maioria dos casos isso se refere a desenvolver habilidade funcional em inglês; não necessariamente adquirir conhecimento sobre sua estrutura gramatical, nem estocar frases-modelo decoradas. Portanto, quando falamos de professor ou de instrutor de inglês, na verdade estamos nos referindo a uma pessoa que saiba funcionar como agente desta língua e desta cultura que desejamos assimilar e que, consciente do que necessitamos, saiba nos transmitir essa habilidade. São três os aspectos que definem a qualificação de um instrutor, os quais se complementam e devem ocorrer simultaneamente.

•Competência na língua e na cultura: Um bom instrutor de língua estrangeira não precisa ser um falante nativo. Se for, melhor, mas não precisa ser. A primeira e fundamental condição é que fale muito bem o idioma, com fluência e naturalidade, e que tenha plena familiaridade com a cultura estrangeira. Para isso, no caso do inglês, se não for um nativo, deve ter no mínimo 1 ano e meio ou 2 de experiência em país de língua inglesa e proficiência equivalente a TOEFL 600+. Pronúncia, ritmo e entonação corretos bem como propriedade idiomática são fundamentais para não transferir desvios ao aluno. Infelizmente, fica difícil para quem ainda não fala inglês distinguir nos outros uma boa pronúncia de uma pronúncia distorcida pela interferência da língua mãe (sotaque, pobreza idiomática, etc.). Isso torna o principiante uma presa fácil de cursos menos sérios. Por isso é sempre recomendável procurar conhecer o inglês de seu futuro instrutor na presença de um amigo que fale inglês muito bem, ou bem suficiente para saber reconhecer uma pronúncia autêntica. Improvisação, pobreza idiomática e desvios gramaticais também são limitações freqüentemente observadas em instrutores de muitos cursinhos e também prejudiciais ao aluno.

•Características de personalidade: Além de plena competência lingüística e cultural, existem certas características de personalidade e habilidades no plano psicológico que são decisivas. O bom instrutor é normalmente descontraído, alegre, tem bom senso de humor, facilidade de relacionamento e sensibilidade para saber lidar com pessoas com diferentes graus de autoconfiança. Não é aquele que ostenta seu conhecimento lingüístico e corrige o aprendiz; é aquele que desenvolve autoestima e autoconfiança no aprendiz. É aquele que desempenha um papel de facilitador, colocando-se num plano de igualdade e não de superioridade. É aquele que explora o plano afetivo e empatiza com o aprendiz. O bom instrutor é aquele que, ao perceber a realidade pela ótica do aprendiz, identifica, analisa e explica diferenças culturais. É aquele que se solidariza e se projeta dentro do aprendiz; que em vez de livros e fitas, explora os pensamentos do aprendiz, seus interesses, seus valores e suas verdades, mesmo os mais íntimos, e ajuda o aprendiz a traduzi-los em linguagem precisa, correta e elegante. É aquele que se interessa mais pelo conteúdo da mensagem que o aprendiz tenta lhe trazer do que nos desvios da linguagem utilizada. É aquele que apresenta a língua na sua finalidade prática como meio de expressão, servindo ao aprendiz, e não levando-o a dobrar-se às regras e irregularidades da língua. Tais habilidades muitas vezes fazem parte da natureza da pessoa, mas podem também ser desenvolvidas. Os aspectos psicológicos na relação ensino-aprendizado deveriam ser estudados e as respectivas habilidades treinadas, embora seja uma área pouco estudada e mesmo negligenciada pela maioria dos cursos universitários formadores de professores de línguas.

•Qualificação acadêmica: É indispensável que o instrutor tenha clara consciência dos conceitos de language learning e language acquisition e desejável também que tenha conhecimentos de psicologia educacional, lingüística comparada, diferentes métodos de ensino de línguas, fonologia, e alguma experiência como instrutor. Melhor se tiver um Certification em TESL, TEFL, ou TESOL, de universidade norte-americana ou canadense; ou um CELTA (para native speakers ou equivalente) ou um COTE (para não-native speakers) da Universidade de Cambridge (Inglaterra). A mesma universidade também oferece o DELTA e o DOTE, os quais são programas mais completos que o CELTA e o COTE, respectivamente. Acima desses certificados profissionalizantes vêm os mestrados em TESL, TEFL ou TESOL, qualificação ideal para diretores e orientadores pedagógicos de escolas. Mais recentemente universidades britânicas passaram a oferecer o TEYL (Teaching English to Young Learners) um programa de mestrado voltado ao ensino de línguas na infância. Algumas universidades norte-americanas também oferecem programas de doutorado (Ed D e PhD) em TESOL, TESL, Second Language Acquisition, Applied Linguistics, e Educational Linguistics, os quais conferem ao candidato a mais alta qualificação existente atualmente na área de ensino de línguas. Atualmente existem nos Estados Unidos cerca de 165 programas de mestrado nessa área, e 29 de doutorado. De uma forma geral, instrutores competentes normalmente trabalham por conta própria. Uma boa escola paga bem seus instrutores, exige uma graduação TOEFL mínima dos mesmos, lhes dá liberdade de improvisar na sala de aula, e terá interesse em publicar o nome e o currículo completo de cada um. Uma escola séria, em vez de adjetivos do tipo altamente qualificados, apresenta fatos do tipo: Fulano de Tal, TOEFL 624, TEFL Certificate da Universidade de Columbia, 3 anos de residência nos Estados Unidos, 5 anos de experiência no ensino de ..., etc.

Fonte :
http://www.sk.com.br/